Murilo Magalhães protestava em frente ao prédio quando teria sido detido e agredido. A Secretaria de Segurança confirmou o protesto mas negou as acusações
Em um ato contrário à repressão aos manifestantes que apoiavam a greve dos metroviários em São Paulo, nesta segunda-feira 9, um estudante de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) alegou ter sido agredido por oito policiais dentro do prédio da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Segundo Murilo Magalhães, 26 anos, a ação dos policiais durou 30 minutos e envolveu agressões físicas e tortura psicológica.
Murilo, que é membro do Centro Acadêmico 22 de agosto, chegou às 10h da manhã ao protesto organizado pela Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre(ANEL), que ocorreria na frente da secretaria. “O ato era pacífico, eu ia me acorrentar à porta de entrada da Secretaria. No momento em que cheguei, um policial que estava lá me impediu de fazer. Daí um outro policial veio por trás e me imobilizou, me jogou no chão e me algemou. Em seguida, me levaram para dentro do prédio.”
Segundo o estudante, dentro da secretaria, ele foi encaminhado para uma sala onde haviam seis outros policiais. “Fui xingado de viado, de merda, e chamado de 'sem futuro'. Ainda disseram que eu nunca iria passar na OAB por aquilo que eu havia feito. Me ameaçaram com o argumento da burocracia”. Além das ameaças, Murilo sofreu agressão física. “Disseram que iam me bater com a corrente que eu usaria no ato. Um dos policiais pediu para eu olhar pra cara dele, e quando olhei, levei um soco no olho direito e, depois, um outro na cabeça. Torceram meu braço.”
Murilo, que ouviu os policiais perguntando por uma sala sem câmeras, foi obrigado a ficar nu enquanto era hostilizado e forçado a agachar, como se estivesse em uma revista vexatória. “Depois de tudo, resolveram me levar pra delegacia. Fui acusado de invasão, mas em nenhum momento tentei invadir o prédio. Me fizeram assinar isso.”
O ato do qual participava Murilo era uma resposta à repressão ocorrida às 7 horas do mesmo dia, na estação do metrô Ana Rosa. Neste protesto, a polícia reagiu com bombas de gás lacrimogênio e deteve 13 pessoas "para averiguação". A participação de estudantes nas manifestações pró-metroviários é comum, segundo o estudante. “Desde o início, nós, os estudantes, estamos juntos dos metroviários. Participamos de vários piquetes. Hoje foi um dia histórico do ponto de vista da truculência do [governador] Alckmin.”
Procurada por CartaCapital, a Secretaria de Segurança Pública alega que o estudante foi preso por agredir um policial após os outros participantes do ato tentarem invadir o prédio da pasta. A instituição, por nota, negou as agressões. “Não houve agressão por parte de policiais que, no entanto, agiram dentro da legalidade e tiveram que usar de força física para contê-lo. O rapaz foi autuado em flagrante pelos crimes de resistência e violação de domicílio, que podem resultar em penas de até 2 anos e 3 meses de prisão.” Após fazer o exame de corpo de delito, Murilo afirmou que entrará com um pedido para que a Corregedoria analise o caso. Nesta terça-feira 10, às 14 horas, na PUC em Pedizes, São Paulo, será feito um ato de apoio ao estudante.
Fonte: Carta Capital
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