A Rússia está aumentando sua quota-parte no mercado mundial de armamentos e equipamentos militares. A companhia Rosoboronexport atingiu já no início de setembro 75% da previsão anual de exportações de armas. Em menos de nove meses, o volume de exportações da empresa constituiu 9,7 bilhões de dólares. Como se espera, a empresa deverá vender este ano armamentos no valor de cerca de 13 bilhões de dólares.
O mercado de armas tem vindo a crescer por várias causas. Os acontecimentos no Oriente Próximo criam condições para o rearmamento, destaca o diretor do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, Ruslan Pukhov:
“Vários países, que podem ser declarados antidemocráticos e em relação aos quais podem ser aplicadas tais medidas como em relação à Líbia e ao Iraque, optaram pelo rearmamento. Agora, este risco corre a Síria. A Argélia é um exemplo clássico. À primeira vista, o país está armado e não irá comprar mais armamentos. Mas avaliando a situação, a Argélia intensifica as compras de armas, em primeiro lugar, à Rússia. A segunda razão consiste em que os armamentos russos são considerados, tradicionalmente, como simples e cômodos no uso.”
Ultimamente, assiste-se a mudanças na estrutura das exportações russas de armas e de material bélico. Aumenta a quota-parte de sistemas de defesa antimíssil e de vasos de guerra de última geração, ao mesmo tempo que está diminuindo o número de aviões e tanques. No decorrer dos últimos vinte anos, mais de 50 países compraram à Rússia aviões da família Su-27, Su-30 e MiG-29. Alguns Estados compraram também bombardeiros Su-24. Portanto, a maioria de clientes tem suficientes aviões, aponta Ruslan Pukhov:
“Chegou a altura de comprar outras armas, inclusive sistemas de defesa antimíssil e navios. Por exemplo, o Vietnã e outros países escolheram esse caminho. Por outro lado, as ações empreendidas pelo Ocidente contra o Iraque, Iugoslávia e, parcialmente, a Líbia, embora sem uma participação ativa dos EUA, mostram que todos os aviões e tanques se tornarão alvos sem um sistema profundamente escalonado de defesa antimíssil. Por isso, começou a era de sistemas de DAA. Apenas a Rússia pode vender bons sistemas de pleno espectro – tanto mísseis portáteis antiaéreos ligeiros, como sistemas S-300 e S-400, com um raio de alcance de até várias centenas de quilômetros.”
Quanto aos tanques, muitos países já dominaram sua produção ou montam tanques russos por licença como, por exemplo, a Índia. É possível destacar várias causas do êxito comercial da Rosoboronexport, aponta um perito, Serguei Denisentsev:
“O primeiro é um fator conjuntural: o crescimento do mercado mundial de armamento e de despesas militares nos países que compram tradicionalmente armas russas. Falamos da China, a Índia, o Sudeste Asiático, países do Oriente Médio. As despesas militares daqueles países crescem, tal como as possibilidades da importação de armamentos, mesmo apesar do desenvolvimento do seu próprio setor militar.”
Na opinião do perito, as possíveis perdas de vendas de armamentos e de equipamentos militares em alguns países do Norte Africano e do Oriente Médio foram consideravelmente compensadas graças ao regresso da Rússia ao mercado de armamentos iraquiano. A Rússia assinou com o Iraque um grande pacote de contratos que já começaram a ser realizados. Para além do fator conjuntural, os volumes das exportações são mantidos graças ao fato de a Rosoboronexport não apenas fornecer material bélico a seus clientes. Uma parte considerável do volume de vendas de quase 10 bilhões de dólares, efetuadas até o início de setembro, corresponde a contratos de fornecimento de peças sobressalentes, de reparação e de modernização de equipamentos militares.
Fonte: Voz da Rússia
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