Os turistas espaciais chineses foram declarados potenciais espiões pela companhia norte-americana Virgin Galactic.
Eles serão impedidos de comprar bilhetes para a sua espaçonave SpaceShipTwo, declarou a empresa, reconhecendo que entre os chineses abastados haverá muitos interessados em pagar 260 mil dólares por uma viagem ao espaço.
A empresa teme que os passageiros chineses possam espiar a favor do seu país, se apropriar de tecnologias e usá-las para os seus próprios fins. Até que ponto são sérios os riscos de fuga de informações para a China a bordo na nave estadunidense SpaceShipTwo? Esta é a opinião do diretor do Centro russo de Estudos de Políticas Públicas, Vladimir Evseev:
“Se uma pessoa tiver um treinamento especializado, ela poderá obter com certeza alguma informação adicional. Ela poderá registrá-la a bordo com algum dispositivo e obter também acesso a informações comerciais. Existe algum fundamento nesses receios porque um turista espacial não pode ser isolado, ele terá sempre alguma coisa por perto. Ou seja, ele poderá mesmo obter informações indiretas que podem ser usadas em espionagem, por isso eu não excluiria esse tipo de tentativas”.
Entretanto, a relação abertamente preconceituosa da Virgin Galactic com os potenciais turistas espaciais chineses é em grande parte explicada pelos estereótipos formados ainda nas décadas de 80 e 90 do século passado, considera Vladimir Evseev:
“A China é vista no mundo como um país que se dedica à espionagem industrial e, desse ponto de vista, são completamente compreensíveis os receios das estruturas comerciais pela segurança das suas informações. Essa imagem do país irá provavelmente criar à China determinadas limitações. Com o tempo, esses obstáculos irão aumentar. Mas eu tenho uma ideia diferente em relação a isso. A China já pode sozinha colocar um astronauta no espaço, já tem a sua estação espacial e um programa lunar. Nessa área a China é, em geral, autossuficiente. Ela não precisa que alguém passeie os seus turistas pelo espaço, se for preciso ela própria o fará".
A espaçonave SpaceShipTwo está equipada com motores e outras tecnologias desenvolvidas nos EUA. Elas poderão ser usadas nos programas militares do Pentágono, ou seja, de acordo com a legislação norte-americana, o acesso a esse tipo de instalações está interdito a cidadãos chineses. Essa norma foi introduzida ainda nos tempos da Guerra Fria. Neste momento ela foi alargada aos cidadãos do Irã e da Coreia do Norte. Na opinião de Vladimir Evseev essa decisão não será revista, pelo menos nos tempos mais próximos:
“Todos sabem que a China está criando os seus próprios sistemas antissatélite contra os EUA. Eles poderão usar diferentes sistemas – tanto de baseamento terrestre, como espacial, nomeadamente através da criação de microssatélites que podem rodear um satélite grande dos EUA, isolando-o na prática. De qualquer forma, informações adicionais sobre os programas espaciais dos Estados Unidos, especialmente os programas espaciais militares, irão facilitar o bloqueamento pela China desse tipo de satélites, caso surja essa necessidade. Por isso, essa exigência legislativa estadunidense, que não se limita apenas à China, deverá ser provavelmente reforçada”.
Entretanto é incompreensível como irão, nesse caso, os EUA iniciar uma cooperação com a China na esfera espacial. Nos dois últimos anos o lado americano tem regularmente anunciado iniciativas desse gênero. Mas parece que os norte-americanos não fazem jogo limpo quando parecem estender a mão à China. O escândalo virtual acerca dos potenciais turistas chineses é apenas um dos exemplos.
O escândalo anterior rebentou no outono do ano passado. A agência espacial norte-americana NASA rejeitou os pedidos de todos os cientistas chineses que tencionavam participar na conferência internacional de Kepler. Ela justificou a sua recusa com os interesses de segurança nacional. Contudo, o tema da conferência científica eram os exoplanetas, que se encontram a milhares de bilhões de quilômetros da Terra e que não têm qualquer relação com os segredos militares ou com a segurança nacional dos EUA.
Fonte: EPA
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