quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

REVOLTAS POPULARES UNEM-SE CONTRA GOVERNOS INCOMPETENTES


É difícil olhar os acontecimentos atuais na Ucrânia, na Venezuela e na Tailândia sem relacioná-los, em algumas de suas raízes, aos eventos que influíram na Primavera Árabe, incluindo a Síria, depois as breves manifestações populares na Turquia, iguais às brasileiras mais ou menos no mesmo período.


Fora que ainda podem ser repetidos nesses mesmos e em outros lugares cujo caldeirão de insatisfação popular está fervendo, como pode ser o caso da Argentina já e em outros que não perdem por esperar.

O alcance, a violência e as consequências das explosões das ruas não foram iguais, mas os fios condutores que as unem têm a ver com o excesso de calamidades causadas pelo esgotamento dos modelos econômicos, supressão das liberdades e corrupção política endêmica, além das variáveis advindas desse tripé. Mais em uns, menos em outros, quando não tudo junto e misturado, a realidade é que há uma absoluta falta de paciência com os sucessivos desastres de governos incompetentes e salafrários.

Fica a impressão, até, que muito pouco nesses países – e em mais um punhado de outros que poderiam ser adicionados aqui – convulsionados por revoltas populares há de descontentamento com o conteúdo político-ideológico de seus governantes.

Com as exceções de sempre Cuba, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Irã e outras tiranias fechadas, sem o mínimo espaço interno para combatê-las (por enquanto), todos os outros estão sob alguma forma de democracia ou vivendo algumas das suas liberdades. Mesmo os países árabes que viram seus ditadores caindo a partir de dezembro de 2010, na Tunísia, se aproveitaram das brechas iluministas que os regimes se esqueceram de fechar. E as tecnológicas, como a da informação.

Naturalmente, a partir de um ponto qualquer que serviu de estopim, entre aquela grade de motivos, gradualmente a insatisfação avançou para outras políticas adotadas por esses governos. Havia um represamento, isso é certo.

Mas neste século XXI as pessoas querem ser felizes e com acesso ao que é de direito natural. Se enquanto isso é oferecido – ou pelo menos uma fração em regiões já amansadas pelo infortúnio institucionalizado – os idiotas de plantão podem mesmo desfrutar com um pouco de tranquilidade seus pendores de déspotas ou de lunáticos, até que sejam substituídos no rodízio normal das democracias. Ou não, como a China, exemplo de dar muito com uma mão e subtrair um tanto com a outra. E assim vai levando.

Nicolás Maduro teve a chance de continuar tentando mudar oficialmente a data do Natal, beijar a mão dos irmãos Castros de Cuba, ver imagens de Hugo Chávez até na porta de seu banheiro ou até roubar alguns direitos da população venezuelana, mas foi deixar faltar papel higiênico no início e depois faltar de tudo um pouco, como agora, para boa parte da população querer abreviar seu governo. Vai minando aos poucos sua ampla base de apoio, enquanto responde com mortes.

Na Ucrânia, há quase um paralelo, guardadas as devidas proporções. Se o ex-presidente Viktor Yanukovich não terminasse de empurrar a economia do país para o precipício, bem provavelmente teria sido suportado mais tempo pelos ucranianos, já acostumados a governos corruptos e a uma democracia imperfeita. Nem o Leste do país, sua base étnica e política de apoio, o ajudou decisivamente a enfrentar o Maidan, o movimento que cresceu – e o forçou a abandonar Kiev.

A versão ocidentalizada de que foi o seu favoritismo à integração econômica com a Rússia, e não à Europa (que até deverá ocorrer), o único motivo para a violenta rebelião popular não convence. Se a Ucrânia não tivesse precisado do socorro urgente – oferecido sem entusiasmo (e em condições draconianas) pela União Europeia e finalmente dado pelo presidente russo Vladimir Putin – a vida na Transcarpátia seguiria como estava.

Na Tailândia, foi o projeto de lei de anistia da premiê Yingluck Shinawatra para facilitar o regresso de seu irmão Thaksin, um político corrupto autoexilado no Reino Unido, que detonou o governo de Bangkok nas últimas semanas.

À beira de um ataque de nervos estão os governos da Turquia e do Brasil, entre os que já foram ameaçados pelas ruas, e não estão tendo mais vida fácil, e os que vão acabar virando vidraças mais dia, menos dia. Entre os últimos, a politizada e orgânica Argentina, com a paralisação econômica progressiva do país pelas incompetências em escala da presidente Cristina Kirchner.

Na Turquia, o autoritarismo e a tentativa de tirar o país do secularismo fez o presidente Recep Erdogan enfrentar as barricadas, em junho passado, a partir do momento em que uma praça foi ameaçada de ser destruída em Istambul para dar lugar a um shopping center.

No Brasil, também a partir do meio de 2013, o “gigante acordou” depois de um simples aumento coletivo das passagens de ônibus urbanos, mas com muita gente farta do ufanismo que não sobrevivia, e sobrevive, ao mensalão, corrupção, gastos desnecessários com Copa do Mundo, compradismo político e deterioração econômica etc.

Os protestos foram expropriados até agora pelos “sem causa” black blocs, mas não se lhes tira o incômodo a um governo prepotente. Falta ao Brasil um pouco mais de coesão e homogeneidade social para que muitos não se deixem mais levar e se distrair pelas migalhas das esmolas públicas. Contudo, a porta foi aberta, e, como diz o ditado, onde passa um boi passa uma boiada.

Dessa cronologia mundial toda, fica a sensação de que ainda vai piorar.

Fonte: Voz da Rússia

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