Passados mais de dois anos desde o derrube do regime de Kadhafi e a intervenção militar, a Líbia continua sendo alvo de atentados à bomba.
Na quarta-feira, dia 5 de fevereiro, extremistas assaltaram um escritório de um canal televisivo local. Antes disso, uma bomba detonou no pátio de uma escola, afetando dezenas de pessoas inocentes, das quais 17 crianças.
Os ataques aos policiais, representantes das autoridades e diplomatas estrangeiros têm ocorrido praticamente todos os dias. A direção do país se sente incapaz de manter a ordem pública. Por essa razão, os grupos terroristas internacionais organizaram nas zonas desérticas bases de instrução para combatentes, que depois se deslocam para vários pontos do mundo.
Segundo dados de serviços especiais de um país africano, a rede terrorista da Al-Qaeda conseguiu criar, pelo menos, 4 campos de treino e 2 paióis repletos de armas diversas. Ali, estão sendo preparados combatentes de vários países, inclusive europeus, para depois voltar para as regiões de origem e prosseguir a luta contra as autoridades locais ou partir em “missões de serviço” nos “pontos quentes”, constata Serguei Serioguitchev, do Instituto de Oriente Médio:
“Os combatentes preparados na Líbia têm atuado no território do Oriente Médio. Estão lutando na Síria, na península do Sinai, no Líbano e na Palestina. Vão lá para ganhar a vida ou receber uma boa recompensa. Estão presentes também no Iraque.”
Os países vizinhos da Líbia têm sido afetados ainda pelo tráfico de armas e munições e penetração de imigrantes ilegais. No Níger, o governo foi ao ponto de admitir uma intervenção militar estrangeira no sul da Líbia e até passar por todas as provações relacionadas aos eventuais combates perto das suas fronteiras. Em opinião do ministro nigerino das Relações Exteriores, Massoudou Hassoumi, a responsabilidade pela neutralização dos campos de treino extremistas deverá ser assumida pelos países que realizaram a operação militar contra o regime de Kadhafi em 2011. No seu dizer, o governo francês tem examinado hipóteses de uma intervenção armada. Mas tal cenário poderá levar a um impasse, afirma Nelli Kuskova, vice-presidente do Comitê de Solidariedade com os povos da Líbia e da Síria:
“Uma intervenção militar não adianta nada. Como já constatamos em 2011, a incursão na Líbia, outrora um país africano estável, redundou em colapso e caos. Vimos ainda a que consequências a intrusão no Iraque levou. Por isso, não acredito que os países responsáveis pelo descalabro na Líbia possam virar, de repente, seus salvadores. Além disso, tal cenário seria para eles um passo difícil de dar, pelo que, dessa forma, será mais evidente ainda o seu fracasso político.”
Enquanto isso, as autoridades locais não estão em condições de estabelecer a ordem por não possuírem nem meios, nem um prestígio suficientes para manter a situação sob o controle nos maiores centros urbanos. Por isso, a atual direção líbia nem sequer pensa em aniquilar os campos de treino de extremistas que ficam longe das cidades, salienta adiante Serguei Seregichev:
“Hoje, a Líbia carece de instituições públicas normais. As tentativas de criar entidades de segurança interna e unidades militares regulares se defrontam com uma forte resistência de islamitas e chefes tribais. Estes últimos se contentam com a situação atual em que se pode, através de grupos extremistas, exercer controle sobre os respectivos territórios sob a sua alçada. Neste contexto, as autoridades líbias não são capazes de efetuar operações antiterroristas sérias e eficazes”.
Perante tal quadro pessimista, os peritos russos têm apontado para a necessidade de proceder à reabilitação económica e social do país. O extremismo reside nas mentalidades. Quanto mais alto for o nível de vida dos habitantes locais, tanto menor será a sua solidariedade com combatentes e estruturas criminais. No que tange ao terrorismo internacional, este tem de ser combatido mediante os esforços enérgicos conjuntos. Mas, nesse caso, não se deve tentar eliminar focos de terror num sítio e criar condições propícias para terroristas num outro.
Fonte: Voz da Rússia
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