O rompimento das barragens da Samarco em Minas Gerais tirou vidas, provocou destruição ambiental, devastou cidades e deu novo significado à expressão mar de lama. Entre a multa estipulada pelo Ibama e recursos para a reconstrução de Bento Rodrigues, a empresa foi instada a pagar R$350 milhões. O valor parece irrisório não apenas pelo tamanho da tragédia, mas pelo volume de recursos movimentado pela companhia. A Samarco lucrou, só ano passado, 2,8 bilhões – 8 vezes o que terá que pagar.
Nesta segunda (16), o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, anunciou que o seguro da Samarco referente à responsabilidade civil sobre o rompimento de barragens não será suficiente para pagar gastos com recuperação de áreas atingidas e multas. Segundo ele, contudo, a apólice contempla valor "expressivo" para cobrir danos materiais e a interrupção dos negócios da companhia.
Mesmo que tivesse de tirar de suas gordas contas bancárias todos os gastos, dinheiro não parece ser exatamente um problema para a Samarco. De acordo com matéria do Estado de Minas, bastariam 32 dias para a Samarco lucrar o equivalente à multa preliminar aplicada pelo Ibama à mineradora, de R$250 milhões.
Para ter uma ideia, sós para comprar frota de veículos própria para a Samarco, foram gastos R$ 150,5 milhões. O montante supera os R$ 100 milhões estimados preliminarmente pelo prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), para reconstruir duas escolas, 15 pontes, 50 passarelas para travessias de córregos e 250 casas destruídas.
A movimentação financeira das empresas que controlam a Samarco também supera e muito a dívida de R$ 350 milhões acumulada até agora com a tragédia, que terá impactos ainda por muitos e muitos anos. Mesmo em meio à crise econômica do Brasil e com a redução do preço do minério, tanto a Vale quanto a BHP Billiton têm conseguido se manter estáveis.
Este ano, a Vale acumulou receita líquida de R$ 62,8 bilhões. No último trimestre, ela foi de R$ 23,3 bilhões. Já a gigante BHP Billiton, maior mineradora do mundo, registrou lucro de US$ 6,4 bilhões de junho de 2014 a junho deste ano. A empresa, que divide com a Vale os capitais da Samarco, estipulou a meta de investimento de US$ 8,5 bilhões até junho do próximo ano.
Multa do Ministério Público
O Ministério Público (MP) de Minas Gerais informou nesta segunda (16) que fechou um acordo com a Mineradora Samarco para pagamento de caução socioambiental de R$ 1 bilhão por conta do rompimento as duas barragens.
Segundo o MP, o dinheiro deve ser usado para garantir custeio de medidas preventivas emergenciais, mitigatórias, reparadoras ou compensatórias mínimas. Em nota, o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto informou que os valores necessários para as ações poderão ser maiores.
“Porém, o termo estabelece uma garantia jurídica concreta, que não existia até então, de que os valores iniciais emergenciais estão resguardados.”
De acordo com o MP, quem vai gerir e aplicar os recursos em ações é a própria Samarco. Mas o termo estabelece que os gastos deverão ser auditados por empresa independente escolhida escolhida pela promotoria.
Juntos, todos valores devidos pela Samarco - computando-se as multas do MP e do Ibama, mais verba para recosntrução - não chegam nem à metade do lucro da empresa em 2014. O saldo desta conta resulta ainda em 1,45 bilhão de lucro para a Samarco e em um prejuízo imensurável para as cidades e populações atingidas, bem como ao meio ambiente.
Matéria atualizada às 18h46, para acréscimo de informações.
Fonte: Estado de Minas e Agência Brasil
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