A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), o maior sindicato daquele país ibérico, vê com “muita preocupação” a violência na Ucrânia, disse à Voz da Rússia Augusto Marques, membro da comissão executiva da CGTP, responsável pela área de relações internacionais.
A CGTP estabeleceu-se em plena força no cenário político-social de Portugal, a seguir a revolução contra o regime autoritário no país, em 1974, e continua a gozar de maior apoio de sindicatos existentes em Portugal.
Numa declaração exclusiva à Voz da Rússia, o sindicalista português realçou que a CGTP “rejeita qualquer ingerência externa” na Ucrânia cabendo ao povo ucraniano decidir o seu próprio destino, inclusive “a questão de aproximação da União Europeia ou não”.
Segundo Augusto Marques, no que diz respeito a Portugal, a CGTP sempre tinha “algumas reservas” sobre a adesão à UE, em primeiro lugar por razões socioeconômicas.
O dirigente sindicalista lembrou que a adesão à União Europeia levou à “destruição de todo o aparelho produtivo industrial de Portugal”.
“A indústria pesada já não existe em Portugal”, disse. “A produção agrícola ficou limitada e Portugal tornou-se mais dependente de importações de produtos alimentares essenciais para a vida”.
“Levou também à destruição da nossa frota pesqueira nacional que hoje não existe”, adiantou.
“Tudo isto são políticas impostas pela União Europeia e pelo FMI o que tornou Portugal mais dependente e o povo mais pobre”, declarou o membro da comissão executiva da Confederação. “Neste momento o que temos é uma parte da população, muito pequena, cada vez mais rica, e a grande maioria com dificuldades, sem acesso à saúde e à educação. Tudo isto são políticas impostas pela União Europeia e pelo FMI”.
“É difícil comparar Portugal com a Ucrânia, numa eventual entrada daquele país à União Europeia, mas pode-se fazer paralelos”, prosseguiu. “Os acordos de adesão à União Europeia têm regras estabelecidas e estas regras estão impostas por países mais poderosos da UE porque eles precisam de novos mercados para os seus produtos”.
Segundo Augusto Marques, os paralelos podem ser feitos entre Portugal que entrou na UE em 1986, e Romênia, Bulgária, Hungria e Eslovênia, países-membros da UE mais recentes, que enfrentam dificuldades na produção dos seus produtos nacionais.
“Em termos sociais, relativamente alguns direitos, estão a ser postos em causa. Estas são políticas uniformes para todos os países que entram na UE. É óbvio que tem implicações diretas para todos os países candidatos, seja Ucrânia, seja outros candidatos. Estas são políticas seguidas pela Comissão Europeia”, concluiu o dirigente sindicalista português.
A comunicação social portuguesa dá grande destaque à situação na Ucrânia. O antigo ministro da defesa e ex-chefe do Estado-Maior do Exército general Loureiro dos Santos, ao comentar os últimos acontecimentos em Kiev, na televisão estatal RTP, disse que o maior problema, na parte da oposição ucraniana, é controlar os próprios elementos radicais.
O governo português condenou "toda a violência" na Ucrânia e apelou para o "regresso urgente ao diálogo", segundo a fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O chefe da diplomacia portuguesa Rui Machete que se encontra em Maputo para participar na Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse, por seu lado, que Lisboa quer ver “restabelecida a tranquilidade” na Ucrânia e encontrada “solução duradoura”.
Jornais locais citam a informação do embaixador português em Kiev a comunicar que cerca de duas dezenas de portugueses emigrados na Ucrânia se encontram bem. Conforme o embaixador Mário Santos, a embaixada portuguesa mantém contactos com os emigrantes via telefone, uma vez que as cidades mais escolhidas pelos portugueses para viver na Ucrânia são Odessa, Donetsk, Lviv e Rovno.
Fonte: Voz da Rússia
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