segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A LUTA PELA MORALIDADE À TURCOMENA


No Turcomenistão começou a caça às mulheres. As pessoas do sexo feminino que se encontrem à noite na rua ou num restaurante correm o risco de serem detidas pela polícia. E, quando assim acontece, são obrigadas a passar pelo procedimento de recolha de amostras para testes de drogas e doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital, tais batidas policiais têm acontecido durante todo o mês de novembro. Elas acontecem da seguinte forma: num café ou restaurante entra um grupo de homens em trajes civis, agarram as mulheres e levam-nas para uma delegacia. Além disso, podem ser detidas tanto mulheres sentadas à mesa sozinhas, como aquelas que estejam na companhia de seus maridos. Depois das onze horas da noite, quando no Turcomenistão fecham os locais de entretenimento, os policiais detêm as mulheres que passam na rua. Segundo os próprios guardiões da ordem, essas medidas visam combater a prostituição.

Cientistas políticos não ficaram surpreendidos com a notícia sobre as batidas realizadas no Turcomenistão. Tais medidas são comuns em estados totalitários, acredita o especialista em Ásia Central do Instituto de Estudos Estratégicos russo Azhdar Kurtov:

"É natural que, com uma atitude para com o seu próprio povo que é característica de regimes totalitários, o governo acredite que tem o direito de intervir em todas as áreas da vida pública sem exceção, inclusive na esfera da regulação da moralidade. Não de estranhar que as autoridades turcomenas estejam tentando lutar pela moralidade usando meios que não têm nada a ver com os direitos humanos e a democracia. Ou seja, através de batidas policiais, verificações de documentos, degradantes para a dignidade humana, e através da coerção de seus cidadãos a obedecerem a estritas regras de conduta que essas mesmas autoridades inventam elas próprias."

Juntamente com informações sobre as batidas, apareceram também rumores de que em breve as mulheres no Turcomenistão poderão ser proibidas de dirigir automóveis. As autoridades turcomenas são bem conhecidas por invadir a privacidade dos cidadãos a nível legislativo. E essas iniciativas parecem extremamente extravagantes. Por exemplo, ainda sob o anterior presidente Saparmurat Niyazov foram proibidos o uso de dentes de ouro e de barbas. Também foram proibidos o circo, o balé e videogames. Neste contexto, os recentes rumores de que em breve mulheres turcomenas serão proibidas de dirigir carros não parecem ser algo incrível.

No entanto, às vezes, informações são divulgadas de propósito para desacreditar o regime e, às vezes, é difícil entender o que é verdadeiro e o que é um exagero, adverte Azhdar Kurtov:

"O Turcomenistão é um país fechado e, portanto, as informações sobre o que está acontecendo neste país que saem para o mundo exterior, são informações interpretadas de uma maneira estritamente definida para um propósito específico pela oposição turcomena, que se encontra em exílio. Assim, a notícia sobre as caçadas a mulheres vem de uma dessas organizações. E, por isso, ela pode não ser totalmente objetiva. Ou seja, a oposição turcomena, na luta contra o regime, muitas vezes atribui às autoridades certas intenções que elas não têm."

Dirigir carros é proibido às mulheres na Arábia Saudita. Ou seja, num Estado cuja forma de governo é monarquia, e cuja ideologia é o wahhabismo. No entanto, se tal proibição for introduzida também no Turcomenistão, isso não significará que o país embarcou no caminho da islamização. Em Ashkhabad, bem como em outras ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, estão no poder pessoas que se formaram ainda durante a era soviética. Portanto, é altamente improvável que eles comecem a impor normas da sharia, acredita o analista político Evgueni Voiko:

"Dada a longa permanência das repúblicas da Ásia Central na URSS e sua inclinação para o estilo de governo secular, por enquanto não se pode dizer que as normas da sharia serão aplicadas "de cima". Na maioria dos estados da região, apesar de que a esmagadora maioria da população são muçulmanos, estão em vigor normas seculares. Certas tentativas e desejos de círculos radicais de implementar a sharia na Ásia Central existem. Mas não da parte das autoridades oficiais."

Há que acrescentar que não só a elite desaprova a introdução da sharia, mas também a população dos países da Ásia Central. Assim, segundo o serviço sociológico norte-americano Pew Forum on Religion & Public Life, a favor da medida se pronunciaram 35% dos entrevistados no Quirguistão, 27% cidadãos do Tajiquistão, 10% dos respondentes no Cazaquistão e 8% dos cidadãos do Azerbaijão.

Fonte: Voz da Rússia

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