segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

NA SÍRIA NÃO HAVERÁ “SEGUNDA FRENTE”


Como é sabido, nos finais de outubro, os “amigos da Síria”: Grã-Bretanha, Estados Unidos, Turquia, Qatar e outros, realizaram, pela primeira vez, conversações diretas em Ancara com representantes de uma série de grupos islamitas “moderados” sírios.

Um dos participantes ocidentais do encontro reconheceu que entre os “hóspedes” sírios havia umas certas personagens “tenebrosas”.

Mas, logo a seguir, fundamentou a necessidade de dialogar com elas: “Considero que os amigos da Síria tinham curiosidade em saber o que esses islamitas pretendem da comunidade internacional”. Na realidade, parece que ocorreu precisamente o contrário. Aos islamitas “moderados” foi dito o que queriam deles. No máximo, combater simultaneamente em duas frentes: contra o exército sírio e contra os grupos ligados à Al Qaida. No mínimo, não romper relações com a Coligação Nacional da Síria (CNS). Na véspera das futuras conversações em Viena, a segunda hipótese seria realmente útil para todas as partes interessadas na solução política do conflito sírio.

Há alguns dias atrás, constatou-se que os islamitas não se deixaram convencer. Mais, Ahmed Issa al-Sheikh e Zahran Alloush, dirigentes da recém-criada Frente Islâmica, assinaram uma declaração onde anunciaram a demissão do Conselho Militar Supremo do Exército Livre Sírio, braço armado da CNS. A eles juntou-se Saddam al-Jamal, comandante do grupo nordeste da CNS. Ele afirmou mesmo, numa entrevista aos antigos potenciais adversários do grupo Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS), ter descoberto “os planos dos infiéis no Ocidente e de alguns países árabes traidores, que vão contra o projeto “umma”, de criação de um Estado islâmico universal.

É estranho pensar que os EUA, Turquia, Arábia Saudita e Qatar venham a dar dinheiro e armas ao projeto do Estado islâmico universal. Mas, na realidade, isso acontece até hoje. Os “amigos da Síria” fornecem o “ex-general” da CNS, Al-Jamal, e a Arábia Saudita, muito recentemente, apoiou a Frente Islâmica de Zahran Alloush, que fala abertamente do seu sonho: o califado.

Os organizadores do encontro de outubro declararam que gostariam de determinar o nível de radicalização dos vários grupos de islamitas. Determinaram. É de todo evidente que os maiores de entre eles têm grandes problemas com a tolerância e ideias originais em relação ao futuro da Síria e do mundo circundante.

Os islamitas declaram objetivos inaceitáveis para os “amigos da Síria”. A oposição secular síria é fraca e está dividida. Claro que, nessas condições, não existe ninguém para realizar a ideia de alguns países do Ocidente e do Oriente de, simultaneamente, derrubar o regime de Bashar Assad e esmagar os grupelhos da Al Qaida nesse país. Neste caso, têm sentido os esforços para a organização de conversações em Viena? Sem dúvida. Para a esmagadora maioria dos sírios, independentement e se apoiam ou não Bashar Assad, é importante saber se a comunidade internacional é capaz de propor à Síria um plano real de saída das catastróficas “guerras de todos contra todos”.

E o subitamente inspirado Al-Jamal, na entrevista ao ISIS, declarou que compreendeu demasiadamente tarde que fez parte de um projeto que, no fim de contas, era dirigido contra os muçulmanos. Claro que ele teve em vista algo seu. Mas a muitos, nesse país, vale a pena pensar: será que eles também participam inconscientemente em semelhantes “projetos”?

Fonte: Voz da Rússia

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