segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

INTELIGÊNCIA MILITAR: "UM BOM AGENTE VALE POR UM EXÉRCITO"


A inteligência militar é tão antiga quanto as próprias guerras. Ela é considerada como um mecanismo indispensável para atingir os objetivos de Estado mais importantes. Desde o surgimento da Rússia de Kiev até aos nossos dias, podemos encontrar muitos exemplos de sucesso da atividade da inteligência para defender os interesses da Rússia.

O Império Russo usava, para a sua atividade de inteligência no Oriente, "cobertura" comercial. O cronista árabe do século X Ibn Hordabe narra no seu Livro dos Caminhos e Países que em 838 os embaixadores do "khan" russo entraram em Constantinopla, e mais tarde em Damasco, capital do califado abássida, disfarçados de mercadores russos, tendo aí recolhido informações importantes sobre as relações bizantino-árabes.

Com a introdução do cristianismo na Rússia, a atividade de espionagem dos príncipes russos começou a usar em larga escala a cobertura religiosa. Eles aproveitavam regularmente os sacerdotes que realizavam peregrinações a Jerusalém e à Terra Santa para a recolha de informações.

Para os principados russos, que eram pressionados pelos khazares, polovetsianos (cumanos), pechenegues e, mais tarde, pelos mongóis, a inteligência era uma das condições fundamentais para a sobrevivência da nação. Alexandre Nevsky desenvolvia pessoalmente todas campanhas militares e diplomáticas. Quando em 1240 tropas suecas, norueguesas e finlandesas surgiram na foz do rio Izhora, o seu comandante Birger enviou uma embaixada ao príncipe Alexandre com uma declaração: "Se puder me resistir, eu estou aqui, combatendo as suas terras". As fronteiras da Terra de Novgorod eram protegidas por guarnições compostas pelas tribos locais. Assim, na costa marítima junto à foz do rio Neva a vigilância era feita por homens armados da tribo vod. O chefe de um dos postos avançados, Pelgucio de seu nome, detectou, segundo reza a crônica, a flotilha sueca e informou Alexandre de tudo o que viu. Ao receber a informação, as tropas de Novgorod atacaram de surpresa os senhores suecos. O inimigo foi derrotado e os restos das suas tropas retiraram precipitadamente nos navios que restaram. As baixas de Novgorod foram insignificantes.

Quando preparava a Batalha de Kulikovo, o Grande Príncipe de Moscou Dmitri, tendo sido bem informado por ajudantes secretos sobre as forças e capacidades do inimigo, empreendeu tudo o necessário para neutralizar Ryazan, cidade fiel ao khan Mamai. Ele enviou o boiardo Zacarias Tyutchev, antepassado do poeta e diplomata russo Fiodor Tyutchev, à Horda Dourada com muito ouro, prata e dois tradutores. Aí, "através de pessoas de confiança", o boiardo soube da traição do príncipe de Ryazan Oleg e dos planos do khan para começar uma campanha contra a Rússia, se unindo às forças do príncipe lituano Yagaila e do principado de Ryazan. Eles pretendiam se encontrar em segredo nas margens do rio Oka e daí começar a sua marcha sobre Moscou. Sem perder tempo, Zacarias Tyutchev envia um mensageiro ao Grande Príncipe com a má notícia. Ao receber essa informação, o príncipe Dmitri decide se antecipar aos inimigos e derrotar as hostes de Mamai antes da chegada dos seus aliados, não deixando que essas forças se reúnam. Quando o exército russo avançou sobre o inimigo, o príncipe mandou avançar um destacamento de reconhecimento de cinco nobres por ele escolhidos com o objetivo de tomar como prisioneiro um dos murzás ou príncipes da Horda. Os nobres conseguiram tomar um prisioneiro da corte do próprio Mamai, o qual informou que o khan da Horda Dourada se encontrava com o seu exército do outro lado do Don aguardando a chegada das tropas de Yagaila e de Oleg. Assim, com recurso à inteligência o príncipe Dmitri não permitiu que as forças dos mongóis e dos lituanos se unissem na véspera da Batalha de Kulikovo, o que determinou em grande medida o seu sucesso.

Contudo, ainda se estava longe do surgimento de um serviço de inteligência profissional. A primeira instituição oficial desse tipo foi criada já nos tempos de Ivan IV, o Terrível.

Fonte: Voz da Rússia

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