terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A “MIRAGEM” DA ASSOCIAÇÃO DA UCRÂNIA À UE


Os europeus prometeram muito aos ucranianos para que estes assinassem o acordo de associação com a UE. Os jornais do Velho Continente, e em seguida os da Ucrânia, previam para os seus cidadãos um regime sem vistos e um mercado de trabalho livre, tudo isso para vários dias depois da ratificação do acordo. Ao ler atentamente o acordo em inglês e em russo, o correspondente da Voz da Rússia descobriu que o que está no próprio texto é bastante diferente das perspectivas radiantes que os cidadãos da Ucrânia imaginam.

O acordo de associação com a UE subentende uma ingerência ativa nos assuntos econômicos, comerciais e políticos da Ucrânia, do que já estão convencidos muitos politólogos. Assim, por exemplo, a exigência da União Europeia para libertar Yulia Tymoshenko demonstrou que o Ocidente irá se imiscuir ativamente nos processos políticos internos desse país. Claro que ninguém irá forçar Kiev, mas numa série de casos a Ucrânia será exortada a escutar a opinião da UE. O resultado dessa política é evidente, conclui o diretor do Instituto de Análise e Gestão Política da Ucrânia Ruslan Bortnik.

“A Ucrânia é fraca e isso é um terreno muito fértil para que ela seja usada por outros países no xadrez da política externa.”

Para as empresas ucranianas a questão das normas ambientais, que estão sendo adotadas pela UE, representarão uma área de risco. O texto do acordo refere que as normas ambientais deverão ser reforçadas até ao nível europeu. Isso irá exigir grandes investimentos privados. Caso contrário, as instalações serão encerradas. Se conseguirão as empresas químicas, metalúrgicas e metalomecânicas aguentar a luta concorrencial é outra questão em aberto.

Kiev espera que a União Europeia atribua fundos para a reforma do sistema judicial e de obras públicas da Ucrânia. Essa questão não está bem definida no acordo, pois só os países-membros da UE têm acesso aos fundos. Além disso, a União Europeia não tem neste momento disponíveis os 20 bilhões de euros que, de acordo com os políticos ucranianos, foram prometidos a Kiev logo no início das negociações da associação.

O acordo de associação não tem uma única palavra sobre uma futura adesão da Ucrânia à UE. O projeto também não prevê uma abolição do regime de vistos relativamente à Ucrânia. Ele deverá fazer parte de outro documento, tal como no caso da Moldávia. Nem o artigo sobre turismo, nem o artigo sobre a mobilidade de pessoas dedicam uma única palavra à abolição automática dos vistos. Portanto, será impossível exportar o seu desemprego para a União Europeia, como o fazem outros países da UE, considera Igor Morozov, membro do Comitê para os Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa.

“Eu penso que neste momento a Ucrânia não tem uma perspectiva de receber seja o que for da União Europeia. Cada um dos 28 países-membros da União Europeia não pensa só em como levantar, em conjunto, a zona do euro, como reduzir o desemprego ou como aumentar, por pouco que seja, o crescimento econômico. Mas a Ucrânia não faz parte das preocupações de ninguém. Também ninguém está preparando dinheiro para dar à Ucrânia. Além disso, para onde vão os ucranianos se vierem para a Europa? Todos os lugares já estão ocupados e não se espera que apareçam novos.”

As esperanças dos habitantes da Ucrânia em investimentos e novos mercados de destino irão se dissipar logo após a leitura do acordo de associação. Os fabricantes locais não irão aguentar a concorrência com os europeus. Isso resultará numa redução maciça da produção e mesmo na falência dos negócios privados, porque o objetivo que a UE persegue é “limpar” o mercado ucraniano para os seus produtos. Muitos ucranianos não leram o texto do acordo de associação e por isso não sabem sequer do que se trata, diz Oleg Lebedev, primeiro vice-presidente do Comitê da Duma para a Comunidade dos Estados Independentes, Integração Eurasiática e Contatos com os Compatriotas.

“A maioria dos cidadãos da Ucrânia, se estamos falando do acordo com a UE, não sabem, nem foram informados, do que esse acordo representa.”

Normalmente a União Europeia conclui acordos de associação em troca de compromissos em realizar reformas políticas, econômicas, comerciais ou judiciais. Em troca ela oferece ajuda financeira ou técnica e o acesso sem direitos aduaneiros a alguns mercados da UE. Contudo, o documento que a Ucrânia deveria ter assinado na cúpula de Vilnius dificilmente se poderia considerar como uma compensação válida das perdas financeiras que começaria a sentir logo após o acordo com a União Europeia.

Fonte: Voz da Rússia

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